Antes de eu ser jornalista já ouvia muito a frase: imparcialidade. E isso não é mera coincidência, pois atualmente ainda esbarramos nesse sinônimo ‘anônimo’ que poucos fazem ideia, mas ficou perdido nas esferas públicas e privadas no decorrer dos anos. Mesmo sem entender seu significado, aquele empunha um microfone pela primeira vez, as vezes sem qualificação alguma vai dizer: “nosso programa é imparcial”.
Eu seria ingrato se não os alertasse para a seguinte situação, o jornalismo se modernizou, isso é fato, mas em contrapartida não evoluiu como muitos imaginam. Essa ‘redoma’ dominada pela elite se manifesta mais parcial do imparcial - do que nunca. E nas entrelinhas dos bastidores, quem dita a regra é o Sistema. Ou seja, as empresas fazem com que 70% ou mais do seu conteúdo seja de extremo interesse dos proprietários.
Você deve ter ouvido a frase: “pagou, levou”. Atualmente muitas empresas de comunicação pertencem ou estão nas mãos de poderosos políticos e usadas como trampolim político ou fonte de votos para muita gente. Esse sistema corrompido atrai e ilude novos profissionais ou ‘minguam’ aqueles que militam há anos na profissão. Esse relacionamento entre empresa e profissional está mais do que desgastado, fazendo com que muitos sejam obrigados a procurar novas alternativas, por exemplo, como as redes sociais. E todo chefe sabe que esses profissionais mais experientes “custam caro” e nenhuma empresa se habilita a ceder pela qualidade deles, infelizmente.
É comum todo ano a gente encher de novos “sites de notícias”, que se infiltram nas prefeituras e câmara de vereadores na busca por dinheiro, mas por outro lado surgem os novos e talentosos programas nos streamings. E até existem aqueles que acreditam que este ‘nicho’ talvez seja o futuro da comunicação.
Esses perfis trazem profissionais cada vez mais qualificados e prontos para este mercado no facebook, You Tube, Instagram e outras plataformas digitais. São programas diversos e entretenimento da melhor qualidade, variando seus conteúdos com o que há de mais importante, barato e simples de fazer.
Esses algoritmos são quase infalíveis e feitos por profissionais que muitas vezes perderam espaço por alguma razão; foram dispensados de determinadas empresas ou não agradaram seus chefes. Embora todos precisem saber que, atualmente, essas empresas de comunicação estão à procura de mão-de-obra barata pensando apenas nos seus lucros e não na qualidade. O resultado de tudo isso é a desinformação ou falta de qualidade profissional.
Sendo assim, televisão e rádio tiveram que migrar para não perder espaço e atualmente esses meios tradicionais integram a essa massa ‘miscigenada’ de talento e criatividade muito crescente, que explode todos os dias, na palma da sua mão. Essa busca pela informação está cada vez mais curta.
É fato que esses profissionais que acreditam nesse crescimento fantástico da mídia social e tiram dali seus sustentos precisam ser olhados de maneira cuidadosa. Eles são qualificados, investiram alguma coisa e, sobretudo, sabem da necessidade de estar ali no seu celular, tablete ou na TV do seu escritório te atualizando passo a passo sobre tudo que acontece na sua cidade, estado, no país e no mundo em fração de segundos.
Televisão, rádio, sites, PodCast, reuniões, encontros, flagrantes, festas e um mundo de outros temas estão em só lugar, mostrando que a comunicação precisa existir e seguir de fato para garantir nossa liberdade de expressão e interagir cada vez com a sociedade sobre seus direitos e deveres constitucionais.
Jose Carlos Araújo é jornalista formado pela Faculdade Cenecista de Sinop (MT) 2004-2008; Especialista em Políticas Públicas e Docência do Ensino. Pesquisa fatores que dão audiência nos programas de televisão e coautor do livro: Opinião na Mídia Contemporânea (Editora Arte e Ciência-SP) 2009.